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“Desacreditar a ciência é uma estratégia política”, diz pesquisadora de Harvard

Professora de história da ciência na Universidade de Harvard argumenta que se mais pessoas ouvissem os cientistas falarem pessoalmente sobre seus valores, isso ajudaria a reverter a maré crescente do sentimento anticientífico

Em seu novo livro Why Trust Science? (Por que confiar na ciência, em tradução livre) Naomi Oreskes, professora de história da ciência na Universidade de Harvard, argumenta que se mais pessoas ouvissem os cientistas falarem pessoalmente sobre seus valores, isso ajudaria a reverter a maré crescente do sentimento anticientífico.

 

A ex-geóloga recentemente deu provas disso tanto para uma audiência do subcomitê da Câmara dos Deputados dos EUA – “Examinando os esforços da indústria petrolífera para suprimir a verdade sobre a mudança climática” – quanto para uma audiência do comitê especial dos democratas do Senado que examina as barreiras à ação climática.

 

P – Temos uma crise de confiança do público na ciência?

 

Naomi Oreskes – Houve exagero e até pânico sobre isso. Pesquisas de opinião pública nos EUA mostram consistentemente que a maioria das pessoas ainda confia na ciência. E muito mais do que confiam no governo ou na indústria. No entanto, existem certas áreas – por exemplo, mudança climática, vacinação e evolução – onde há um alto nível de suspeita pública. Nessas áreas, as pessoas resistem em aceitar o que as evidências mostram por causa de seus valores. Pode-se ver que a ciência colide com suas visões de mundo políticas, morais ou religiosas ou com seus interesses econômicos. Descrever a ciência também é uma estratégia política – por exemplo, a indústria de combustíveis fósseis, criando a impressão de que a ciência da mudança climática é instável, interrompe a ação.

 

Leia na íntegra: The Guardian

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