Universidades federais não vão reduzir vagas, diz representante dos reitores
Reinaldo Centoducatte diz que ministro Marcos Pontes é visto como um interlocutor que pode interceder pelas universidades federais junto ao governo
Apesar do bloqueio de mais de 30% no orçamento dasuniversidades federais, as instituições não pretendem reduzir a oferta de vagas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) neste ano. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes), Reinaldo Centoducatte, as universidades ainda trabalham com a possibilidade de que o Ministério da Educação (MEC ) reverta o contingenciamento e veem no ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, uma pessoa que pode interceder junto ao governo.
— Já aderimos ao Sisu e agora há uma semana para confirmação. Não estamos trabalhando com a hipótese de reduzir as vagas, como vamos deixar de prestar esse serviço para sociedade? Se estamos com dificuldade, temos que encontrar uma solução. Vamos lá conversar com o ministro para discutir essas questões e mostrar a necessidade desse recurso, que os cortes inviabilizariam fechar o ano em curso — afirmou Centoducatte.
A Andifes participará de uma reunião com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, no dia 16, em Brasília, para tentar reverter o bloqueio de recursos imposto às universidades. Em meio à crise, outro ministro tem sido interlocutor importante para as universidades. Centoducatte afirma que o contato com o gestor do MCTIC, Marcos Pontes , tem sido uma alternativa.
— Precisamos do apoio da sociedade, estamos em articulação com as banacadas na Câmara e no Senado. Dentro do próprio governo vamos ampliar a conversa. Participei de uma reunião com o ministro da Ciência e coloquei questões com a perspectiva de que ele seja um interlocutor dentro do governo, porque ele reconhece a importância em particular das universidades federais. Ele se colocou como um parceiro nosso — disse.
Questionado sobre o impacto dos cortes nos alunos que ainda vão entrar na universidade, Centoducatte afirmou reeiterou que as universidades creem na reversão do bloqueio, e fez uma ressalva:
— O nosso objetivo é preencher todas as vagas na totalidade, vamos trabalhar com isso. Mas como fazer um corte desse e esperar que não vai ter consequências negativas? Porém, acredito que não vão levar isso (o bloqueio) até o final.
(O Globo)
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