Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Em dia > Afinal de contas, onde estão os estudantes egressos?
Início do conteúdo da página
artigo

Afinal de contas, onde estão os estudantes egressos?

 Por Carlos Alberto da Silva*

 “Seguro morreu de velho; desconfiado ainda é vivo” (Ditado popular)

 

Você saberia medir, quantitativamente, a qualidade de uma universidade? Se ela oferta bons cursos? O problema de como tomar decisões, em situações de incertezas, aparece com muita frequência no contexto da escolha do melhor lugar para se cursar a graduação. Por meio  da observação de indicadores de desempenho  das atividades de ensino, nessa fase universitária, o estudante pode ter uma noção da melhor universidade para frequentar.

 

Dessa maneira, quantificar o desempenho do ensino em cursos de graduação torna-se de extrema importância tanto para o aluno - fazer suas escolhas profissionais -, como também verificar se a universidade em que estuda é bem posicionada na região ou país – está sendo o melhor lugar para ele se graduar.

 

Outras indagações podem passar por sua cabeça, entre elas: minha universidade é produtiva e inclusiva? Ela impacta fortemente no social da região e do país? Tem interesse de fazer colaboração internacional? É muito forte na extensão tecnológica para a inclusão produtiva e social? Desenvolve uma metodologia de ensino na graduação diferente de seus pares? Ou seja, compreender que cada universidade decide o que ela quer ser, são os meios ou indicadores (muito deles não constam nos rankings universitários) que traduzem os seus níveis e perfis  nacional e internacional.

 

Essas medidas utilizadas para quantificar o desempenho da graduação impactam na gestão do curso, reduz riscos e incertezas associados ao futuro profissional, além de ser bastante útil para comparar o curso escolhido com o similar em outras instituições universitárias.

 

Os rankings universitários, tanto nacionais quanto estrangeiros, também permitem a universidade a corrigir falhas, observar o seu reconhecimento nas esferas regional e nacional, acompanhar o processo de internacionalização e assim por diante. Mas, muitos dos critérios de desempenho do ensino não aparecem nesses rankings, por exemplo: o que fazem os nossos egressos.

 

O conceito de universidade de qualidade depende do que cada universidade quer. A instituição pode ter colocado como meta ganhar Prêmio Nobel ou publicar na Science e na Nature, ou internacionalizar a sua pesquisa. Outras instituições de ensino superior estabelecem metas menos ousadas, como preparar profissionais qualificados para o mercado de trabalho. A sugestão é o uso da análise multicritério para saber se o estudante está frequentando uma universidade de boa ou excelente qualidade.

 

Muitos dos indicadores de avaliação do ensino superior fazem parte da metodologia do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) que fornecem orientações com o objetivo de encaminhar  os alunos onde fazer uma boa graduação.

 

Outro importante ranking universitário - ligado a um grupo de mídia nacional, Ranking Universitário Folha -, classifica em ordem decrescente 195 universidades brasileiras com base em indicadores de pesquisa, ensino e percepção do mercado e inovação.

 

Agora, focamos na questão principal deste artigo, a condição do estudante egresso da universidade em relação ao mercado de trabalho. Afinal de contas, onde está o egresso? está empregado e onde?

 

Ninguém sabe responder! Nem o Ministério da Educação (MEC),  tampouco o ex-professor ou os gestores da universidade e de seu curso. É nessa fase da reflexão que o aluno, por vezes, entra em pânico em razão da pressão da família e da sociedade. No entanto, temos convicção de que um dos papeis da universidade é prover a sociedade com profissionais bem preparados, estudantes talentosos e muito bem educados. Sua missão  fundamental e singular é formar pessoal qualificado que levarão conhecimentos para as instituições públicas e privadas.

 

Novos cursos estão sendo criados e aprovados, políticas universitárias são definidas e planejamento estratégico de curso elaborado. Tudo isso acontecendo sem a preocupação de saber se quem faz ciências econômicas consegue se graduar e trabalhar como economista; se quem faz engenharia, física, antropologia... consegue repercutir o aprendizado e contribuir com a sociedade. Não existe um indicador do que andam fazendo os estudantes egressos na avaliação dos cursos. Pasmem!

 

*O professor Dr. Carlos Alberto da Silva é docente da Unidade Acadêmica de Economia da UFCG

registrado em:
Assunto(s): artigo
Fim do conteúdo da página