Desmatamento pode afetar produção de energia na região Amazônica, diz pesquisa

O desmatamento da floresta pode afetar diretamente a produção de energia na região Amazônica. É o que aponta um estudo realizado por pesquisadores da Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) publicado recentemente na plataforma Science Direct.

"Mudanças aceleradas no uso da terra nas regiões da Amazônia brasileira e do Cerrado, nas últimas quatro décadas, levantaram questões sobre as possíveis consequências para a hidrologia regional", explica um dos autores, o professor Madson Tavares.

No estudo, foram avaliados quatro cenários de mudança no uso e cobertura da terra na bacia do rios Tocantins-Araguaia para investigar os impactos sobre o potencial hidrelétrico da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, sob as diferentes perspectivas ambientais. Os resultados evidenciam que o avanço do desmatamento na Amazônia e Cerrado brasileiro, em virtude de criação de pastagens ou áreas agrícolas, diminui a evapotranspiração e aumenta a vazão dos rios.

"Como o aumento da vazão é excessivamente alto, ao ponto de ultrapassar o limite de vazão da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, as turbinas hidráulicas sofrem uma diminuição abrupta da eficiência e fortes flutuações de pressão, causando uma redução média de 65% na energia gerada, por ano. Como o sistema energético brasileiro é integrado, todos sofrerão com aumento nas taxas de energia", explica o pesquisador.

Além do professor Madson Tavares, a equipe de pesquisadores é formada por seu orientando de doutorado, Edivaldo de Oliveira, cuja tese versa sobre o tema, além dos professores Vicente Rodrigues e Francisco de Salviano, e dos alunos de pós-graduação Thomás Rocha, Lorena Conceição e Romero Wanzeler, todos do programa de Pós-Graduação em Meteorologia da UFCG. Também integra a equipe a professora Aline Maria Meiguins, da Universidade Federal do Pará.

A ScienceDirect é uma plataforma online da Editora Elsevier, de literatura científica, que oferece mais de 3.800 revistas e mais de 39.000 títulos de livros.

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(Ascom UFCG)