Instalado na UFCG um dos mais avançados equipamentos de radioastronomia do mundo
Radiotelescópio Uirapuru permitirá a observação de pulsares, estrelas de nêutrons muito rápidas, resquícios de supernovas
O Programa de Pós-Graduação em Física da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) conta com um novo laboratório. É o Uirapuru, como será chamado, que está contando as horas para o início oficial de suas atividades. Na última semana, o projeto finalizou mais uma fase de sua construção, a instalação, no campus Campina Grande, da corneta, uma das antenas do Radiotelescópio Uirapuru, que por sua vez é um dos radiotelescópios auxiliares (outriggers) do Radiotelescópio Bingo, que será construído no município de Aguiar, no Sertão da Paraíba.
O Bingo é um projeto internacional que conta com a participação de cientistas da UFCG, USP, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e de organismos internacionais do Reino Unido, Suíça, Uruguai, França e China.
“Vamos apontar a corneta para o céu para medir a radiofrequência do universo no comprimento de onda de rádio. Isso é: muitas coisas no universo “brilham” em ondas de rádio, e com este equipamento poderemos observar pulsares, que são estrelas de nêutrons muito rápidas, resquícios de supernovas, mais ou menos como se fosse o fóssil de uma estrela”, explicou o professor Luciano Barosi, da UFCG, coordenador do projeto do Radiotelescópio Bingo.
“Existe um fenômeno novo, que ninguém sabe o que é: as Rajadas Rápidas de Rádio. Elas são muito fortes e vêm de fora de nossa galáxia, ou seja, quanto mais objetos desses conhecermos, melhor a chance de descobrir o que eles são. E quando combinado com os outros, vamos poder determinar a posição precisa da rajada rápida de rádio, porque teremos quatro radiotelescópios detectando o mesmo sinal. Esse é o grande objetivo do Uirapuru”, completou.
A novidade ultrapassa os limites do Estado da Paraíba. Ou melhor, pode-se dizer que é uma conquista de nível internacional. “Ninguém faz isso no mundo, e nós teremos a melhor máquina de localização de Rajadas Rápidas de Rádio (FRBs – Fast Radio Bursts, na sigla em inglês). Hoje, no planeta, existe apenas uma máquina, o Chime, no Canadá, que é o melhor detector de FRBs. Mesmo assim, eles não conseguem a posição com precisão”, enalteceu o professor.
(Ascom CCT/UFCG)
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