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UFCG realizará seminário sobre questão agrária e Transposição do Rio São Francisco

Evento online acontecerá nesta quinta, dia 20, a partir das 20h

  • Publicado: Quinta, 20 de Mai de 2021, 09h45

Nesta quinta-feira, 20 de maio, a partir das 20h, será realizado de forma online pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão em Educação Camponesa e Resistência no Cariri Paraibano (NuCariri) do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (CDSA) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus Sumé, realizará seu II Seminário de Pesquisa com o tema: "A questão da terra e da água no Cariri-PB: impactos da Transposição do Rio São Francisco".

 

A transmissão do evento, promovido pela Unidade Acadêmica de Educação do Campo, ocorrerá a partir do auditório do CDSA através do canal da Assessoria de Imprensa CDSA/UFCG no YouTube.

 

O seminário contará com a participação da geógrafa e pesquisadora Maria José de Melo, que lançará neste evento livro de sua autoria, resultado de sua pesquisa de Mestrado em Serviço Social pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e que contou com o apoio do NuCariri para sua realização.

 

No sítio da Editora Índica, que publicou o trabalho da autora em março de 2021, pode-se ler:

 

"Ao investigar as consequências sociais e econômicas da Transposição do Rio São Francisco para os camponeses das margens do rio Paraíba, na microrregião do Cariri Paraibano, a pesquisadora descobriu uma série de contradições nesta obra de dimensões faraônicas. A mais grave e polêmica delas, talvez seja a proibição aos pequenos produtores rurais que vivem e produzem às margens dos leitos, agora abastecidos pela transposição, de se utilizarem dessas águas para irrigar suas plantações, com a restrição da produção a apenas 0,5 hectare de culturas sazonais, como feijão e milho.

 

No livro, vemos como a própria obra da transposição já se encontra desviada da suas finalidades originais: se, inicialmente, as águas seriam destinadas a abastecer as populações historicamente afetadas pelas graves secas recorrentes na região, com a transposição, essas famílias correm o risco de continuarem sem o devido acesso à água, bem como de também perderem a posse de suas terras, por meio do processo de grilagem, já identificados em alguns trechos ao longo dos canais da Transposição.

 

É o que afirma a conclusão da pesquisa da geógrafa sobre o impacto da transposição na população ribeirinha do Cariri Paraibano. Segundo a autora, a transposição, ao utilizar o leito do rio Paraíba, eleva a fertilidade econômica das terras de suas margens, o que aumenta exponencialmente a sua importância para o grande capital agrícola associado aos latifundiários locais que, agora, se preparam para expulsar dessas terras os pequenos produtores rurais.

 

O trabalho aplica, de maneira inédita, a Teoria da Renda Fundiária à realidade concreta do nordeste brasileiro, com base na economia política apresentada por Karl Marx em O Capital, particularmente em seu Livro III. Constitui-se, portanto, como a documentação científica e em denúncia de um fato. O leitor, levado pelos relatos e descrições contidas no livro em uma viagem ao Cariri Paraibano, acompanha testemunhos de primeira mão do velho lema camponês do semiárido brasileiro – “se não chove, não planto”, símbolo do atraso e abandono em que tanta gente permanece mergulhada há séculos."

 

Confira mais sobre a obra e o evento no link: https://editoraindica.com.br/transposicao/

 

(Assimp CDSA/UFCG)

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