Argila derivada do caulim potencializa hidratação da pele, aponta estudo da UFCG
Ampliação da aplicação do mineral pode beneficiar mercado regional. Atualmente, a produção de caulinita é quase que exclusivamente destinada às indústrias de papel e de tintas
A extração de minérios é uma atividade que está presente no Brasil desde o início da colonização do país. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, em 2020, o setor faturou 209 bilhões, sendo responsável por quase 3% do Produto Interno Bruto (PIB), o que atrai investidores, além de gerar emprego e renda.
Um estudo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Petrolífera e Mineral da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) apontou a argila derivada do caulim (caulinita) com grande potencialidade cosmética, tanto nos aspectos químicos quanto microbiológicos. Atualmente, a produção de caulinita é quase que exclusivamente destinada às indústrias de papel e de tintas
Intitulada "Caracterização de argilas cauliníticas beneficiadas para uso em cosmético", a dissertação de mestrado foi desenvolvida pela pesquisadora Hilda Camila Nascimento Nogueira, sob orientação do professor doutor Elbert Valdiviezo Viera.
"A indústria cosmética tem na caulinita uma matéria-prima abundante, podendo servir como aditivo para as mais diferentes formulações e finalidades, mas que também necessita de tratamento um pouco complexo quando o objetivo for a aplicação como produto final, principalmente, para produtos de estética facial", explica.
A caulinita pode ser utilizada, por exemplo, na fabricação de creme ou pomada facial. "Quando utilizada como aditivo em formulações auxilia na melhoria da aplicabilidade proporcionando uma sensação refrescante e também potencializa a capacidade de hidratação da pele. É possível também utilizá-la como produto final, depois da caulinita bruta ser tratada, misturando o pó em água", diz.
Valorização do mercado regional
Apesar das maiores jazidas nacionais estarem concentradas na região Norte, principalmente nos estados do Pará, Amazonas e Amapá, o caulim também é extraído em vários estados. As amostras utilizadas na pesquisa, por exemplo, foram coletadas em empresas localizadas nas cidades de Junco do Seridó, na Paraíba, e Equador, no Rio Grande do Norte.
Apesar de não ser o foco direto da pesquisa, Hilda afirma que a ampliação da aplicação do caulim valorizaria o mercado regional. "Tendo em vista que as reservas de caulim localizadas nas regiões estudadas são economicamente importantes, é natural que exista interesse em ampliar suas aplicações, dessa forma, esse estudo promove, indiretamente, uma valorização do mercado regional com a possibilidade de comercialização de um produto natural com geração de renda e sustentável", destaca.
(Ascom UFCG)
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