Pesquisador da UFCG usa Inteligência Artificial para detecção de secas-relâmpagos no Brasil
Estudo liderado por Humberto Barbosa descobriu que, nas próximas décadas, os fenômenos serão mais extremos na Bacia do Rio São Francisco
Com o objetivo de contribuir com a compreensão sobre secas repentinas, oferecendo, entre outras informações, dados para uma melhor gestão dos recursos hídricos, pesquisadores liderados pelo professor Humberto Barbosa, do Programa de Pós-graduação em Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), desenvolveram um modelo com base na Inteligência Artificial para detecção de secas-relâmpago no Brasil.
Um artigo científico sobre o estudo, intitulado Aprendizado profundo para detecção de secas-relâmpago: um estudo de caso no Nordeste do Brasil, foi publicado no periódico internacional Atmosphere.
”Com base em Inteligência Artificial, mais precisamente em Deep Learning, nós encontramos resultados promissores para o monitoramento regional das secas-relâmpago. No contexto da mudança climática, o monitoramento adequado desse tipo de evento climático extremo é fundamental para aprimorar a gestão dos recursos hídricos e minimizar as perdas na produção agrícola”, explica o pesquisador.
Os dados coletados demonstram que, nas próximas décadas, as secas-relâmpago serão mais extremas na Bacia do Rio São Francisco, devido às consequências do aquecimento global. “Isso impõe desafios significativos à gestão dos recursos hídricos em toda a região Nordeste, além da redução na produtividade da agricultura e da deterioração dos ecossistemas nessas áreas”, destaca.
A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), onde Humberto Barbosa é professor. A pesquisa é a primeira que utiliza ferramentas de Inteligência Artificial para detecção de secas-relâmpago no Semiárido Brasileiro.
O estudo contou ainda com infraestrutura computacional do European Weather Cloud (EWC), a partir de uma cooperação bilateral do Lapis com a University of Cologne, na Alemanha. O artigo foi publicado em parceria com pesquisadores do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), sediado em Campina Grande, e da Jawaharlal Nehru University, em Nova Delhi, Índia.
(Ascom UFCG)
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