Estudo da UFCG acompanha progressão da pandemia por meio de análises estatísticas
Boletins informativos com projeções e gráficos de casos e óbitos são publicados a cada semana. Trabalho vem sendo executado desde o surgimento dos primeiros casos no país
Estatística. É a ciência responsável por utilizar teorias probabilísticas para explicar a frequência com que determinados eventos ocorrem e tentar possibilitar uma previsão destes fenômenos no futuro e que, por esta razão, tem sido uma forte aliada da sociedade desde o início da pandemia da Covid-19.
Na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), um estudo tem tido um importante papel no combate aos efeitos da pandemia no estado da Paraíba, oferecendo dados concretos para a sociedade e autoridades sanitárias a fim de contribuir para a prevenção do contágio e melhoria da qualidade de vida da população. São análises estatísticas semanais e projeções quanto aos novos casos, casos acumulados e óbitos frutos da pandemia em âmbito nacional, regional e local.
A intenção inicial era ser capaz de responder a uma simples pergunta que se tornava um anseio geral da população: quando a pandemia iria retroceder? Quando, enfim, a curva de crescimento começaria a diminuir? Foi com a motivação de encontrar respostas satisfatórias para estes questionamentos que o professor e pesquisador do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da UFCG, Josenildo Brito, deu início ao que se tornou um dos relatórios mais completos sobre o desenvolvimento dos casos e óbitos por Covid-19 tanto no estado da Paraíba quanto em todo o Brasil.
O estudo já vem acontecendo desde o mês de abril do ano passado, após o surgimento dos primeiros casos de Covid-19 no país, quando o professor, motivado pela curiosidade científica, deu início à pesquisa estatística que, por sua vez, gerou o Boletim Informativo Semanal sobre projeções e gráficos de casos e óbitos decorrentes da pandemia.
Atuante na área de Engenharia de Produção e com foco em simulação e otimização logísticas e sistemas de controle de produtos e processos, o professor buscou utilizar métodos quantitativos da área para contabilizar e prever os movimentos da curva de crescimento da doença em território nacional.
As projeções do relatório semanal buscam concentra-se nas curvas de crescimento no Brasil, em São Paulo, na Paraíba, em João Pessoa e Campina Grande. O método aplicado é conhecido como Previsão de Demanda: um método muito utilizado por empresas para calcular qual seria a demanda futura de determinado produto baseado no que aconteceu no passado.
Devido à possibilidade de acomodar este método para outras áreas, o professor Josenildo valeu-se dele para amoldar aos números de casos e óbitos por Covid-19, no intuito de descobrir o comportamento da curva de crescimento da doença em um determinado período de tempo.
Algumas dificuldades e percalços, entretanto, sugiram no caminho, pois com o surgimento da doença no país, muitos casos foram subnotificados ou represados por algum tempo, antes do devido registro pelas autoridades, o que gerou uma instabilidade atípica de dados inicialmente, como também uma escassez destes mesmos dados, uma vez que a doença era muito recente na época.
“Devido à escassez de dados, a gente tinha uma grande dificuldade: quando a pandemia chegou ao Brasil e à Paraíba, estas curvas cresceram rapidamente; houve uma taxa de crescimento muito alta no início. Quando temos dados atípicos, eles interferem diretamente na qualidade dos resultados das previsões,” explicou o professor referindo-se às dificuldades enfrentadas para analisar as taxas de crescimento no período das primeiras semanas após o início dos casos registrados no país.
Além disso, a pesquisa optou por trabalhar com curtos e médios prazos, em períodos de 7 a 15 dias, evitando assim extrapolar as projeções para períodos mais longos. Esta foi uma escolha pessoal do professor Josenildo que não enxerga números estatísticos, mas sim, vidas humanas, presentes nos dados da pesquisa, e reconhece o tamanho da responsabilidade em manter a sociedade informada sem a existência de insegurança e medo.
Desde então, o professor Josenildo tem coordenado uma equipe que mantém constante análise estatística e acompanhamento da doença, com o compromisso de manter o Estado e população informados sobre o desenvolvimento da pandemia, principalmente em solo paraibano.
(Ascom CCT/UFCG)
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