Empresas juniores da UFCG faturam cerca de meio milhão de reais em 2023
Objetivo das EJs é realizar projetos e serviços que contribuam para o desenvolvimento acadêmico e profissional dos associados
Em 2023, Campina Grande foi considerada a terceira cidade mais inovadora do Brasil, de acordo com o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), que compara ecossistemas empreendedores, criado pela Endeavor e produzido pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). Apesar de recente, o título é fruto de uma construção de anos que foi se consolidando com a instalação das universidades, escolas técnicas e institutos de fomento ao ensino e à pesquisa.
A UFCG sempre participou ativamente na construção e incentivo de ideias inovadoras. Em 1967, a então Escola Politécnica serviu de berço para o que viria se tornar o Sebrae Nacional (veja detalhes no final da matéria). O feito serviu para impulsionar outro programa de incentivo aos empreendedores, agora com foco voltado aos empresários juniores.
Uma empresa júnior (EJ) é uma associação civil regulamentada por lei e gerida por estudantes matriculados em cursos de graduação de instituições de ensino superior com o propósito de realizar projetos e serviços que contribuam para o desenvolvimento acadêmico e profissional dos associados, capacitando-os para o mercado de trabalho.
As EJ possuem responsabilidades legais como outras organizações do mercado. O grande diferencial é que são administradas exclusivamente por estudantes universitários, que compõem um grupo de mais de 30 mil empresários juniores presentes em todo o país. Em 2022, as mais de 1.600 EJs existentes no Brasil faturaram mais de R$ 80 milhões com seus serviços e projetos inovadores.
De acordo com os dados cedidos pela Federação Paraibana de Empresas Juniores (FPEJ), em todo o estado, mais de 47 empresas juniores são responsáveis pelo avanço da economia e desenvolvimento social da Paraíba.
A UFCG possui o maior número de empresas juniores de Campina Grande. São pelo menos dez: Voltech, Prospect, TeqInova, Codex, Alicerce, Pórtico, Orbe, Consuali, Prodativa e Produp. Juntas, as empresas, pretendem alcançar, em 2023, um faturamento anual de cerca de meio milhão de reais.
Fundada em 1999, a Alicerce, empresa Júnior de Engenharia Cívil e Arquitetura da UFCG, surgiu para proporcionar a vivência da prática empreendedora aos estudantes da instituição. Seu atual diretor, o estudante Jorge Breja, conheceu a empresa através de um ex-membro da corporação, assim que ingressou na UFCG, mas somente em 2021 conseguiu a tão sonhada vaga.
Para o jovem, estar na Alicerce representa uma busca constante pela inovação. “A Alicerce apresenta uma estrutura bem horizontal, incentivando sempre a busca por novas experiências, não nos limitando nas barreiras dos setores, sempre buscando atividades intersetoriais e inovação”, explica.
Desde 2019, ano em que ingressou no Movimento Empresa Júnior (MEJ), a Alicerce vem batendo todas as metas estabelecidas e, ainda, ostentando títulos como os de Empresa Júnior Alto Crescimento (2019, 2020, 2021, 2022), Empresa Júnior Recém Federada Destaque (2019), Empresa Júnior Recém Federada Mais Conectada (2019), Prêmio Amanda Régia (2019) e o Prêmio Voo em Bando (2020), conquistado por ser uma referência em projetos realizados com mais de um agente do ecossistema empreendedor.
Trilhando o mesmo caminho um dia percorrido pela Alicerce, surge a TeqInova, uma empresa de pouco mais de sete anos, fruto do inconformismo dos estudantes do curso de Química da UFCG com a ausência de uma empresa júnior capaz de expandir as atividades inovadoras desenvolvidas em sala de aula.
“Criamos a TeqInova para proporcionar uma vivência empresarial para os alunos da graduação e, hoje, oferecemos uma variedades de serviços voltados à segurança do trabalho, recursos hídricos e desenvolvimento sustentável”, relata Pablo Silva, diretor comercial da TeqInova.
A estrutura organizacional da TeqInova conta com Presidência, Diretoria e Analistas que atuam nas áreas Comercial, Marketing, Desenvolvimento de Projetos e Gestão de Pessoas. “As atividades desenvolvidas pelas empresas juniores são fundamentais para o avanço da tecnologia, afinal, no dia a dia, estamos sempre trazendo margem de soluções inovadoras através dos nossos serviços.” afirma o jovem empreendedor.
“Campina Grande é uma cidade tecnológica e muito disso se deve às contribuições deixadas pelas universidades, a exemplo do apoio dado pela UFCG, que é vital para criação, crescimento e continuidade dessas empresas”, finaliza o estudante.
Desde sua fundação, a empresa júnior de Química vem investindo fortemente na divulgação de seus cases de vendas. Um deles, inclusive, foi apresentado no Prêmio Paraíba. Além disso, também já foram reconhecidos em 2022 no Encontro Nacional de Empresas Juniores do Rio de Janeiro.
Berço do Sebrae
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) teve sua origem em 1967 em Campina Grande, na então Escola Politécnica (Poli), atual UFCG, a partir de uma iniciativa do diretor Lynaldo Cavalcanti: aproveitar os dados obtidos por pesquisadores americanos do projeto de Assistência Técnica Industrial Rural (Rural Industrial Technical Assistance - RITA) da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (United States Agency for International Development) - USAID), à época instalado em uma das salas da Escola Politécnica.
Criado como Núcleo de Assistência Industrial da Paraíba (NAI/PB), o programa idealizado por Lynaldo se expandiu para toda a Região Nordeste, com o apoio da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), e depois para todo o país, com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), até ser institucionalizado em 1972 como Cebrae (atual Sebrae).
(Ascom UFCG)
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