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meio ambiente

Pesquisador da UFCG indica queimadas controladas para prevenir grandes incêndios florestais na Amazônia

Estudo publicado no periódico internacional Atmosphere aponta que manejo de fogo na Bacia da Amazônia pode ajudar na conservação da biodiversidade e na redução das emissões de gases de efeito estufa

  • Publicado: Quarta, 19 de Março de 2025, 16h05
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Um estudo publicado recentemente no periódico internacional Atmosphere indica que uma forma de se evitar incêndios florestais graves na Bacia da Amazônia, ajudando na conservação da biodiversidade e na redução das emissões de gases de efeito estufa, é evitar o fogo no pico da seca na Amazônia, concentrando as queimadas em períodos específicos do ano.

 

"Com o agravamento do aquecimento global, a questão das emissões estão na ordem do dia. Grande parte das emissões no Brasil decorrem das queimadas e a Amazônia se tornou mais vulnerável aos incêndios com a mudança climática. Passou de sumidouro a emissora de gases de efeito estufa", afirma o professor Humberto Barbosa, do Programa de Pós-Graduação em Meteorologia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que liderou o estudo.

 

Ele explica que a concentração de queimadas fora do pico climático crítico já é uma prática utilizada em algumas regiões do planeta, mas que o tema é complexo e os resultados ainda controversos. "Em alguns países da África e na Austrália, já há diretrizes científicas para políticas de orientação ao manejo do fogo. Em geral, nessas regiões, evita-se o fogo nos períodos de seca crítica, concentrando no início da seca, quando há mais matéria orgânica verde. Os experimentos comprovam que o manejo do fogo nesse período de seca inicial previne desastres por grandes incêndios florestais", disse.

 

"No Brasil, não é permitido realizar queimadas sem autorização, existe uma legislação ambiental para isso. Mas, embora o cenário ideal seja não utilizar essa prática, é fato que as queimadas fazem parte da cultura da população para limpar a terra, por ser eficaz e barato. O grande problema é quando uma queimada pequena se alastra e se transforma em um incêndio florestal de grande proporção. O que o nosso estudo propõe é concentrar o fogo apenas no início da seca, evitando o alastramento do fogo no pico da seca. É uma forma de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, embora haja emissões de outros gases nocivos", alerta o pesquisador.

 

Segundo Barbosa, a questão ainda é incipiente no Brasil, em termos de avanço na legislação. "Por isso, a necessidade de pesquisas para orientar políticas quanto ao uso controlado o fogo. Cada região exige uma abordagem específica, para cumprir objetivos ecológicos e socioeconômicos. A nossa pesquisa mostra avanços científicos para discussão e implementação do manejo integrado", defende.

 

O estudo

 

A pesquisa identificou o impacto dos incêndios florestais na Bacia da Amazônia sobre as emissões de gases de efeito estufa nas últimas duas décadas (2001-2020). A área pesquisada foi toda a Bacia da Amazônia, que também abrange países vizinhos. No Brasil, foi considerado o conceito de Amazônia Legal, que também inclui áreas das regiões Norte e Centro-Oeste. Foi desenvolvida em parceria com o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e contou com a participação dos pesquisadores Catarina Buriti, do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) e Tumuluru Kumar, da Universidade Jawaharlal Nehru, da Índia.

 

Acesse aqui o artigo completo.

 

(Ascom UFCG)

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Assunto(s): meio ambiente
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